Aos meus amigos (Loucos e Santos) que trilharam comigo neste ano de 2011:
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde
segunda-feira, dezembro 19, 2011
terça-feira, dezembro 13, 2011
segunda-feira, dezembro 12, 2011
Sobre
dedicatórias e autógrafos.
Preciso
esclarecer umas coisas sobre o lançamento do livro “Experimentadores: Michel Foucault e práticas historiográficas”.
Primeiro que como já mencionei, embora seja motivo para se comemorar (não por
eu ter escrito um capítulo, mas por ter tido a oportunidade de participar de um
projeto ao lado de pessoas fantásticas e de elevado saber acadêmico), não é
nenhum best Seller.
Ainda
assim, é claro, ter um capítulo escrito nele ( cap. XI - A PRODUÇÃO DE LEIS E NORMAS SOBRE
DROGAS NO BRASIL: A GOVERNAMENTALIDADE DA
CRIMINALIZAÇÃO)
me dá uma sensação
de orgulho. O que me leva a pensar em tantas pessoas a quem eu deveria dedicar,
compartilhar e agradecer este momento da minha vida. A página pós-capa do livro
seria insuficiente para escrever todo esse sentimento, meus autógrafos serão modestos,
mas a gratidão permanecerá até o dia da minha morte.
Algumas
pessoas me vem à mente: meus pais Manoel e Helena ambos, apesar da pouca
escolaridade sempre me motivaram (sem muito sucesso) a estudar aos quais devo a
vida e os exemplos de integridade; minha esposa Mariáurea, a quem devo tudo que sou hoje (tudo mesmo!!); minha irmã Janete
e meu “irmão” Josué (que nas horas vagas é também meu cunhado), pela hospedagem
vip em Niterói (com direito a alimentação, muita cerveja e até translado) e
pelo carinho que sempre me recebem; meus professores de graduação; amigos fiéis
como Eduardo (Dudu), Marcos ( Marquinho), Luciano ( Xuxu), Rogério ( Biga) e muitos
outras...; Não poderia deixar de lembrar do
Beto ( meu chefe direto e amigo que sempre me apoiou e compreendeu minha
vida louca); Minha querida orientadora Marilene (que me fisgou em um congresso em
Cabo Frio para minha sorte), meus irmãos Davi e Sandra (duas pessoas que admiro
muito).
Certamente
faltam a lista acima muitos nomes, mas minha cabeça é insuficientemente e incapaz
de lembrar de todos de uma vez só.
Mas
dedicarei este livro aos meus dois filhos, João Mateus e Júlia, que são o que
há de mais precioso na minha existência neste mundo (amo vocês!!!).
Obrigado!
Jonatas.
quarta-feira, dezembro 07, 2011
Eu queria segurar esta postagem. Queria segurar até a inauguração do livro "Experimentadores" no próximo dia 12, mas não consigo me conter de alegria. Hoje eu postei no Blog da Fazenda Campos Novos uma notícia ainda mais importante que o livro, trata-se do tombamento federal da fazenda. Finalmente estamos sobre a proteção do IPHAN. Ano passado, exatamente em dezembro, eu escrevi um texto cujo título foi "O melhor ano da minha vida", eu comemorava conquistas singulares, como minha entrada para o mestrado, me lembro que terminei o texto sinalizando boas expectativas para o futuro. Não previ, nem projetei, apenas imaginei as possibilidades, como diria Kosseleck eram "horizonte de expectativas", batalhei, fui a luta, o resultado: livro e tombamento! Não poderia ser melhor (só falta o meu filhão passar na escola!!) Mas em ambas as vitórias o mérito deve ser compartilhado, no caso da Fazenda, muito mais, pois foi de fato uma luta travada por um pequeno, mas insistente grupo. Parabéns a todos pela conquista.
Abaixo colei o texto sobre o tombamento:
O processo de número 1.492-T-02 que foi
iniciado em 2002, mas caiu em esquecimento e só foi retomado no início de 2009
com a criação do Projeto Refazendo Campos Novos, transformou-se no
processo nº 01500.005719/2010-49, que trata o “tombamento federal do sítio
da antiga Fazenda de Santo Inácio de Campos Novos a ser escrita nos livro do
Tombo Histórico, Livro do Tombo de Belas Artes, livro do Tombo Arqueológico,
Etnográfico e Paisagístico.” (Texto diário oficial da união – nº224 de
23 de novembro de 2011). Com isso, após anos de luta pela preservação de um dos
patrimônios mais importantes da Região da Costa do Sol e de valor inestimável
para história patrimonial fluminense, finalmente a Fazenda Campos Novos passará
a gozar da proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –
IPHAN.
A luta, iniciada nos primeiros anos da
década de 90 quando o então prefeito José Bonifácio desapropriou a área de 184
hectares, não teve como motivação principal o pratrimônio em si, mas a
contenção dos conflitos agrários (que já havia resultado no assassinato do
lider sindical Francisco Lan), a Fazenda era o símbolo da opressão, exploração
do trabalhador rural e da expropriação (por meio de grilagem) das terras dos descendentes
de escravos trazidos para o trabalho nas terras da fazenda. Na
ocasião, a Secretaria de Agricultura do município foi transferida
para a sede da mesma.
No início do ano 2000 iniciou-se um
projeto de transformar parte das terras da Fazenda em um aterro sanitário.
A Associação de Turismo Ecológico Integrado à Arqueologia (ATEIA)
por meio de seu presidente Geraldo Monteiro, reagiu ao absurdo e mobilizou a
sociedade para um projeto que visava resgatar a Fazenda como símbolo histórico
e cultural. Foi nesta época, graças a mobilização da ATEIA que a Fazenda foi
tombada provisoriamente pelo Instituto Estadual do Patrimõnio Cultural do Rio
de Janeiro – INEPAC. Nesta época foram muitos os cabofrienses
que batalharam pela preservação da Fazenda, entre eles o
então Sub-Secretário de Cultura Márcio Werneck e sua esposa Penha
Leite. No entanto, devido a falta de recursos municipais e a ausência de visão
dos gestores públicos, o esquecimento foi questão de tempo. Os anos que
se seguiram a Fazenda Campos Novos passou a ser apenas o lugar onde funcionava
a Secretaria de Agricultura.
No primeiro mandato do Prefeito
Marquinhos Mendes, foi nomeado para assumir a Secretaria de Agricultura o
ex-vereador e militante (PT) Alfredo Barreto, este que lutara ao lado de José
Bonifácio na desapropriação da Fazenda, iniciou um trabalho excepcional de
aproximação entre a Fazenda e a população rural de Cabo Frio. Mas foi quando
Carlos Alberto Gomes de Carvalho (Carlinhos) assumiu e SECMAA que o Projeto
Refazendo Campos Novos foi criado. Em principio criou-se um
consórcio com algumas secretarias afins ( Cultura, Educação, Meio Ambiente e
Turismo, além da participação de representantes do IFF). No mesmo
ano foi criado, numa parceria entre o Ministério de Ciência e Tecnologia,
Departamento de Recursos Minerais e a Casa da Ciência da UFRJ, o Projeto
Caminhos de Darwin, que ajudou a dar mais visibilidade a Fazenda ( Darwin
se hospedou na Fazenda no séc. XIX).
Em 2009 o médico sanitarista Beto
Nogueira assumiu a Secretaria de Agricultura e colocou o tombamento da Fazenda
com uma das prioridades na sua gestão, colocando o historiador Jonatas Carvalho
a frente do Projeto Refazendo Campos Novos. A partir daí, pessoas
como o professor Ildeu Moreira do MCT e Fátima Brito da Casa da Ciência (UFRJ),
assim como a geóloga Kátia Mansur da UFRJ passaram a abraçar o projeto. Por
outro lado, deve-se muito aos representantes do IPHAN na região, Manoel Vieira
e Ivo Barreto, este último incansável na articulação e na busca de soluções com
departamentos e órgãos do Estado e União.
Em fim o tombamento federal da Fazenda
Campos Novos é uma obra coletiva, cujo resultado vem coroar a ação dos
envolvidos (alguns, que devido ao curto texto não foram mencionados). Este
texto é, portanto, um reconhecimento do trabalho mútuo e da preocupação de
cidadãos e cidadãs com o patrimônio material e imaterial que singulariza nossa
Região. Não há dúvida que foi dado um passo fundamental para a preservação
deste belíssimo patrimônio, o tombamento federal, no entanto, não é garantia
irrestrita da preservação, é uma etapa e deve ser celebrada com uma grande
vitória, em 2012 haverá muito a se fazer, a luta vai
continuar.
Jonatas C. de Carvalho.
Pesquisador da Fazenda Campos Novos.
sexta-feira, dezembro 02, 2011
Tenho o prazer de convidá-los para o lançamento do livro "Experimentadores: Michel Foucault e práticas historiográficas", organizado pelas Professoras: Marilene Rosa (UERJ), Magda Jaolino (UFRJ) e meu amigo Luciano Pinto (UERJ), livro este, que tive a honra de escrever um dos capítulos.
Será uma grande satisfação recebê-los para compartilhar com vocês este momento que para mim é muito especial. O livro (modestamente) ficou uma obra muito interessante, cujo título (experimentadores) faz jus a tudo o que vivemos para publicá-lo.
Agradeço aqui de antemão a todos que contribuíram para sua publicação e o dedico a minha família (Mariáurea,João Júlia - meus queridos pais e irmãos(ãs)) e a vocês meus amigos e amigas, interlocutores (as), parceiros (as) do experimento chamado vida.
Até Lá!!!
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