quarta-feira, novembro 30, 2016

O trágico e a humanidade.

Tragédias são difíceis de assimilar, aceitar, compreender.Para quem é diretamente atingindo por uma, chega ser insuportável. Mas as tragédias, pode não parecer, são contornadas por aspectos positivos; elas conseguem produzir em muitos de nós o que há de melhor em termos de humanidade. Os "efeitos" que a tragédia de Chapecó produziu no mundo afora é de sensibilizar o mais racionalista dos homens, o silêncio da torcida do Liverpool e tantas outras ações precipitadas mundo afora são demonstrações de que o ser humano não é de todo um caso perdido, ao contrário. Mas creio que se deve destacar a solidariedade do povo colombiano, povo este tratado por alguns "brasileiros" como um povo menor, por outros, como (se soubessem o significado da palavra), bolivarianos. 
Hoje passei o dia filtrando as "notícias boas" da tragédia, não tem como não se emocionar com as ações desse povo, a comoção na Colômbia é enorme e a predisposição em amenizar a dor é latente. A ação espontânea da torcida do Nacional de Medellín, saindo às ruas entonado o canto "que se escute em todo continente, sempre recordaremos a campeã Chapecoense", não cabe dar significado, por risco de não se encontrar palavras que a represente. 
Um nome merece ser aqui citado, o de Juan Carlos de la Cuesta, presidente do Atlético Nacional de Medellín, que no primeiro momento oficializou um pedido a Conmebol para declarar o Chapecoense campeão, abrindo mão de um torneio continental. Hoje no horário que se realizaria o jogo, o Nacional de Medellín fará uma homenagem às vitimas e ao Chapecoense. Ele, porém, foi muito além, Juan Carlos esteve no hospital visitando os poucos sobreviventes, disponibilizou translado dos familiares que chegavam do Brasil em Bogotá para Medellín, demonstrou ser mais que um grande presidente de um clube, demonstrou ser um grande ser humano. 
Obs.: Infelizmente, nem todos os homens são atingidos pelo luto, nosso congresso (câmara e senado), enquanto a nação se comovia com a dor de seus semelhantes, trágicos projetos foram aprovados sem o menor peso de consciência.

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