terça-feira, dezembro 08, 2015

Sobre impendimentos (impeachment) entre PT e PSDB.

Tenho lido muitas manifestações nas redes sociais apontando para “descaramento” dos políticos filiados ao PT e seus aliados em acusaram de “golpe” o que está ocorrendo com a Presidente Dilma. Como eles podem ousar a dizer isso? Quer dizer que quando pediram pelo impedimento de Collor e FHC não era golpe? Mas não vejo ninguém mencionar o contrário, ao que tange o posicionamento do PSDB e DEM (que na época de FHC era PFL), quanto ao seu discurso também invertido.
Mas antes de falar desses dois partidos que lutaram com todas suas forças para vetar e engavetar o pedido de impedimento de FCH, vamos refrescar a memória sobre as motivações para que FHC sofresse quatro pedidos de impeachment.
O primeiro foi pedido pelo Deputado Milton Temer (na época PT), sua razão: o PROER. O que seria isso? Algum tipo de pedaladas fiscais? Não mesmo. O PROER também conhecido por Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional. Um dois mais vergonhosos projetos da gestão FHC. A proposta era a seguinte, o governo iria dar uma ajudinha a sete bancos que estavam quebrados (dentre eles o Bamerindus, o Mercantil, o Banorte e o Banco Nacional). Para salvar as instituições bancárias o PROER fez um excelente negócio, separou ativos de passivos, isto é, os ativos (lucros e carteira de bons clientes) seriam comprados por outros bancos a um preço “justo”, já os passivos (os deficits, e prejuízos) seriam absorvidos pelo Banco Central. Ao todo, o PROER “investiu” 20 bilhões das reservas públicas. Muito dinheiro? Pouco se considerarmos os problemas advindos com a tal reestruturação, nome esse aliás que o PSDB paulista insiste ainda em usar, mas dessa vez é para fechar escolas públicas. Bem voltemos ao resultado do grande plano de salvar nossos banqueiros, para não cansar ninguém menciono apenas os 200 mil postos de trabalho que foram encerrados com a reestruturação.
Não precisamos lembrar que os bancos socorridos eram pertenciam aos amiguinhos da república, o Banco Nacional, por exemplo, aquela que patrocinava o Airton Senna, lembra? Pois é, o Banco Nacional, maior banco privado do país na época, quebrou uns dois meses após o Plano Real ter sido implantado, seus ativos foram comprados pelo Unibanco (que recentemente foi comprado pelo Itaú), já as dívidas do Nacional, chegam hoje na casa dos 30 bilhões, sim amigos, as dívidas desses bancos nunca foram pagas.
Só para encerrar, sabe os políticos do PSDB e PLF (DEM)? Bem na ocasião, foram eles que saíram em defesa da manutenção da democracia e da instituição republicana, figuras como Arthur Virgílio, Aécio Neves, Antônio Carlos Magalhães, Agripino Maia. Aécio, líder do partido na Câmara, declarou que seu grupo faria tudo para “assegurar a democracia”.
Assim meus caros, ao citar as contradições do PT não esqueçam por favor de mencionar na mesma proporcionalidade àquelas promovidas pelo PSDB e DEM….a propósito foi Michel Temer, hoje vice de Dilma, que arquivou os pedidos de impeachment contra FHC.


Jonatas Carvalho é historiador.


Quem quiser conferir algumas fontes aqui estão algumas:




http://www2.uol.com.br/JC/_1998/0111/ec0111o.htm

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