Tenho
lido muitas manifestações nas redes sociais apontando para
“descaramento” dos políticos filiados ao PT e seus aliados em
acusaram de “golpe” o que está ocorrendo com a Presidente Dilma.
Como eles podem ousar a dizer isso? Quer dizer que quando pediram
pelo impedimento de Collor e FHC não era golpe? Mas não vejo
ninguém mencionar o contrário, ao que tange o posicionamento do
PSDB e DEM (que na época de FHC era PFL), quanto ao seu discurso
também invertido.
Mas
antes de falar desses dois partidos que lutaram com todas suas forças
para vetar e engavetar o pedido de impedimento de FCH, vamos
refrescar a memória sobre as motivações para que FHC sofresse
quatro pedidos de impeachment.
O
primeiro foi pedido pelo Deputado Milton Temer (na época PT), sua
razão: o PROER. O que seria isso? Algum tipo de pedaladas fiscais?
Não mesmo. O PROER também conhecido por Programa
de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema
Financeiro Nacional.
Um
dois mais vergonhosos projetos da gestão FHC. A proposta era a
seguinte, o governo iria dar uma ajudinha a sete bancos que estavam
quebrados (dentre eles o Bamerindus,
o
Mercantil,
o Banorte e o Banco Nacional). Para salvar as instituições
bancárias o PROER fez um excelente negócio, separou ativos de
passivos, isto é, os ativos (lucros e carteira de bons clientes)
seriam comprados por outros bancos a um preço “justo”, já os
passivos (os deficits,
e prejuízos)
seriam absorvidos pelo Banco Central. Ao todo, o PROER “investiu”
20 bilhões das reservas públicas. Muito dinheiro? Pouco se
considerarmos os problemas advindos com a tal reestruturação, nome
esse aliás que
o PSDB paulista insiste ainda em usar, mas dessa vez é para fechar
escolas públicas. Bem voltemos ao resultado do grande plano de
salvar nossos banqueiros, para não cansar ninguém menciono apenas
os 200 mil postos de trabalho que foram encerrados com a
reestruturação.
Não
precisamos lembrar que os bancos socorridos eram pertenciam aos
amiguinhos da república, o Banco Nacional, por exemplo, aquela que
patrocinava o Airton Senna, lembra? Pois é, o Banco Nacional, maior
banco privado do país na época, quebrou uns dois meses após o
Plano Real ter sido implantado, seus ativos foram comprados pelo
Unibanco (que recentemente foi comprado pelo Itaú), já as dívidas
do Nacional, chegam hoje na casa dos 30 bilhões, sim amigos, as
dívidas desses bancos nunca foram pagas.
Só
para encerrar, sabe os políticos do PSDB e PLF (DEM)? Bem na
ocasião, foram
eles
que saíram em defesa da
manutenção da democracia e da instituição republicana, figuras
como Arthur Virgílio, Aécio Neves, Antônio Carlos Magalhães,
Agripino Maia. Aécio, líder do partido na Câmara, declarou que seu
grupo faria tudo para “assegurar a democracia”.
Assim
meus caros, ao citar as contradições do PT não esqueçam por favor
de mencionar na mesma proporcionalidade àquelas promovidas pelo PSDB
e DEM….a propósito foi Michel Temer, hoje vice de Dilma, que
arquivou os pedidos de impeachment contra FHC.
Jonatas
Carvalho é historiador.
Quem
quiser conferir algumas fontes aqui estão algumas:
http://www2.uol.com.br/JC/_1998/0111/ec0111o.htm
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