Eis uma história de sucesso! O Plural no Cinema foi um evento na cidade. Mas antes de falarmos dessa história, permita-nos uma breve retrospectiva (talvez não tão breve assim), porque nenhum evento emerge da noite pro dia, há sempre um processo, em alguns casos gradual, em outros tempestivos; o que parece ser este caso.
O projeto nasceu e foi se desenvolvendo nas mentes de alguns professores petropolitanos em 2018. A pergunta central era; como montar um curso preparatório universitário diferente do que se tem por ai?
Sem responder plenamente a esta questão, o Plural Curso Preparatório foi aberto no distrito de Itaipava (Petrópolis) no inicio desse 2019. Éramos cinco sócios na ocasião, todos trabalhavam em rotinas pesadas de aulas em outras escolas, decidiu-se então por um sistema de revezamento onde cada um estaria no curso em um dia da semana e contávamos ainda com o suporte da nossa querida estagiaria, Maria Eduarda. No dia da inauguração do curso havia uma aluna efetivamente matriculada, mas ocultamos este pequeno detalhe dos convidados, estávamos temerosos, apreensivos, no entanto, ligeiramente felizes e confiantes.
Nossa expectativa era de que iríamos passar o ano de 2019 com 10 ou 15 alunos e assumir o ônus, se o trabalho fosse bom (e aqui residia nosso alicerce, pois confiávamos em nossa capacidade), quem sabe em 2020, teríamos uma sala cheia de alunos. Tudo caminhava conforme a expectativa, até que algo aconteceu. Em meio a reuniões de autocrítica e discussões sobre se estávamos no caminho certo, passamos a ter surtos criativos e motivacionais. Era necessário sair da mesmice.
Da esquerda pra direita os sócios: Eric, Jonatas, Marina, Lícia e Felipe |
Dissemos acima que não havíamos respondido plenamente a questão sobre como seria um curso preparatório diferenciado, respondemos parcialmente, sabíamos o que queríamos; criar um espaço onde a pluralidade seria valorizada como resultado das individualidades. Só não sabíamos bem como fazer isso acontecer. Tínhamos um ambiente razoavelmente confortável e acolhedor, montamos um ótimo time de professores, mas isso seria suficiente? Precisávamos fazer com que professores e alunos acreditassem que éramos capazes de prover uma relação de ensino-aprendizagem diferenciada, então surgiu o primeiro projeto, no dia 30 de março fizemos nosso primeiro aulão, cinco professores caracterizados misturaram, história, geografia, biologia, atualidades e filosofia. Foi ótimo!
O experimento nos encheu de ânimo, iniciamos outros planos, o próximo projeto seria com foco na primeira fase da UERJ, mas antes de falarmos disto, precisamos falar do PISM (Programa de Ingresso Seletivo Misto), uma importante porta de entrada na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), cujo processo se dá em três etapas cada uma delas correspondendo a um ano do ensino médio. Resolvemos abrir uma turma de PISM 1, para nossa felicidade as inscrições foram acontecendo, a turma foi criada com 10 alunos, não 11, 12...bem, sabemos que terminamos o ano com 17 pluradolescentes maravilhosos... já voltamos a eles.
Decidimos também que usaríamos o Instagran como nossa principal ferramenta de comunicação com o público, atingimos ao longo do nosso primeiro ano mais de 500 seguidores, fizemos 70 postagens até aqui e centenas de stories. Usamos essa ferramenta de maneira diversificada, uma delas é divulgar nosso timaço de professores, fazendo um perfil de cada um. Também fazemos postagens informativas, dias comemorativos, como o Dia da Terra , a Abolição da Escravidão ou os 180 anos do nascimento de Machado de Assis, só pra ficar em alguns exemplos, ah, não deixem de ver o do Dia do Vestibulando, com o nosso sócio Eric Mota sendo um fofo.
Convidamos ao longo do ano alguns professores externos para aulas especiais e temas diferenciados como foi o caso do nosso querido parceiro e entusiasta Eduardo Galves que nos presenteou com uma belíssima aula sobre Planejamento Estratégico, assim como o queridíssimo Pedro Paulo, vulgo PP, que brilhou na sua aula sobre Desenvolvimento de Habilidades Socioemocionais. Por falar em emoção também tivemos um reforço nessa área, sabemos a importância de um emocional equilibrado para realizar essa maratona de provas, desta forma promovemos alguns encontros entre nossos alunos e a psicóloga, Fabíola Foster. Finalmente não podemos deixar de contar sobre as participações de duas feras da literatura as professoras Leda d'Aguila que veio de Teresópolis para dar duas super aulas, uma para a turma do PISM1 e outra para nossa galera do Intensivo (segura ai que ainda vamos falar dessa turma), e nossa querida Gisele Costa com participação especial no Plural no Cinema.
Voltemos agora ao nosso projeto UERJ, porque no Plural a vida é intensa e cheia de oportunidades para desenvolver o conhecimento, além dos aulões e das aulas especiais, havia listas de exercícios diariamente e quatro simulados modelo ENEM no ano. Descobrimos que o aprendizado criativo é fruto de um conjunto de fatores sociais e biológicos, mas que acima de tudo o ambiente deve favorecer e para que isso ocorra devemos transformá-lo constantemente. Assim, realizamos o Viradão da UERJ e o Plural de pernas pro ar, o primeiro tinha por objetivo um aulão na madrugada, com direito a pijamas, pizzas e muita aula, terminando com um café da manhã reforçado. O segundo, aconteceu no sábado às vésperas da prova da UERJ, professores e alunos foram no Parque de Exposições de Itaipava, só diversão, piquenique e muitas risadas, veja aqui.
Iniciamos o segundo semestre com a corda toda, não satisfeitos de já termos superado nossa meta inicial, resolvemos abrir uma turma de intensivo aos sábados, pensando nessa galera que não tinha tempo de frequentar as aulas em dias de semana. Mais uma vez fomos felizes e montamos uma bela turma. Tinham se passado seis meses e já estávamos com três turmas, uma de extensivo, uma de PISM e agora uma de intensivo. Nossa questão agora era, como vamos administrar isso? Quatro professores, cada qual com suas características e personalidades (altamente distintas, às vezes contrastantes) metidos a administradores de cursinho, é claro que tinha tudo pra dar errado, mas não deu. Sim, falhamos em várias ocasiões, o que é perfeitamente normal, mas mandamos bem demais também! O fundamental: sabíamos que faríamos diferença na vida dos nossos alunos e eles na nossa. Não deu outra.
Então perto da reta final ressurgiu uma ideia que já tínhamos discutido lá no inicio, mas na ocasião não levávamos isso muito a sério pelo fato de não termos ideia de como estaríamos, mas agora sabíamos que era possível, e assim tocamos em frente nosso projeto mais ousado do ano; o Plural no Cinema Agora estávamos em quatro, um de nós não gostou de viver com a adrenalina em alta constantemente, pelo menos não do modo que vivíamos, talvez nosso "modelo de gestão" fosse demais pra ele, só que ao invés dele nos abandonar de vez, ficou como nosso super professor de biologia e brilhou. Voltando, alugamos o Cine Itaipava por dois sábados das 8 h às 12 h, a primeira semana seria dedicada as questões de Humanas e Linguagens, a segunda, voltada para Naturezas e Matemática. Foi como preparar um espetáculo, rolou gravações de vídeos e áudios, produção de jingles e paródias, organização de figurinos, negociação de parcerias e muito, mas muito mais.
Como dissemos éramos apenas quatro agora, mesmo que fôssemos cinco não daríamos conta, foi então que descobrimos que éramos muito mais, havia um time de pluralistas externos pronto para dar todo suporte que precisávamos, companheiros (as), namorados (as), primos (as), filhos (as), mães e pais, irmãos e irmãs, em fim, sem essa galera não teríamos conseguido. Alguns que estão ao nosso lado desde o nascedouro do projeto sem os quais também não poderíamos ter alcançado nosso objetivo, companheiros e companheiras como Pedro Bastos, Douglas França e Luciene Esteves. Não podemos esquecer de um outro reforço, nossa assistente a Aline Funchal, que logo na primeira semana nos ensinou coisas sobre nosso próprio curso que desconhecíamos, como por exemplo, usar adequadamente a máquina copiadora.
O Plural no Cinema foi um evento e tanto, nunca havia ocorrido algo assim na cidade, demos entrevistas para jornais e televisão, isso foi bom! Mas nada se compara a visão de um cinema cheio de guris e gurias na expectativa do aulão do ano. Foram dois finais de semanas intensos e altamente produtivos, mais do que ensinar, conseguimos transmitir confiança a gurizada, e também provamos para nós mesmos que nós podemos mais. Agora se você pensa que o ano acabou, se enganou meu bem! Estamos em pleno processo de reta final das específicas da UERJ e do PISM. Vai rolar aula de campo em Juiz de Fora e a segunda edição do Plural de pernas pro ar. Já estamos cheios de planos para 2020 e estabelecendo metas até 2030.
Não temos como deixar de prestar aqui nossa gratidão a todos os nossos professores, Nicolau Borsato, Bárbara Soares, Felipe Mauro, Leandro Magrani, Silvana Moraes, Jaqueline Silva, Leonardo Carvalho, Laio Zago, vocês foram vitais nesta pequena, mas significativa história de sucesso!
Nossas sócias Marina Sá e Licia Quinan que nos mostram todos os dias o que é empoderamento feminino!
Aos pluralunos que acreditaram no projeto, nosso muito obrigado! Toda essa confusão ai acima foi por vocês!!
Jonatas Carvalho
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