Há alguns dias, um membro da
dinastia Valadão, uma das estrelas gospel do país, André Valadão deu uma bronca
pública aos membros de sua igreja. O motivo? Vários fiéis deixaram o templo no
momento em que o Procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, subiu ao púlpito para
pregar. O jovem pastor, que gravou uma música em apoio a campanha de Aécio
Neves, se disse decepcionado, classificou a atitude dos fiéis como falta de
educação e enalteceu as ações do procurador federal. O que André não contava é que
suas ovelhas não são tão ingênuas e submissas como imaginava. O filho do
império Diante do Trono, não sabia que muitos crentes evangélicos são críticos
à postura cruzadista de Dallagnol. Repreender fiéis por se recusarem a ouvir
a pregação seja lá de quem for, não pode ser vista de outra forma se não como um ato contra a liberdade de culto e a
consciência individual. A imposição de uma moral me parece contrastante a própria moral cristã.
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Se pegarmos a lista dos deputados
evangélicos que votaram em favor do impeachment de Dilma, com discursos inflados
em nome da moralidade cristã, não teremos dificuldades de encontrar figuras
como o missionário José Olímpio, da Igreja Mundial (do “Apóstolo” Valdemiro, aquele
cuja facada lhe redeu alguns milhares), que é um dos 31 nomes do PP citados em
esquemas de desvio de dinheiro público na Petrobrás. Um dos projetos de lei de
Olímpio denominado “lei contra a nova ordem mundial”, previa impedir o uso de
microchips no corpo humano por considerar estes a “marca da besta”. Outro pastor-deputado, arauto da moral e bons
costumes é o Pr. Marco Feliciano, acusado de usar dinheiro público para pagar
os salários dos pastores de sua própria igreja, acho que não preciso me alongar
sobre ele.
A bancada evangélica (também
conhecida como bancada da bíblia) no Congresso Nacional até recentemente
liderada por Eduardo Cunha e com apoio de Silas Malafaia, conta com 73
parlamentares. A atuação da referida bancada tem sido até aqui defender os
interesses de instituições (igrejas), como a Assembleia de Deus e Universal,
interesses estes que destoam amplamente daqueles pronunciados nos evangelhos da
bíblia cristã. Não se trata aqui de generalizar, há bons cristão, assim como há
bons mulçumanos, budistas, ateus e assim como há bons políticos. No entanto, é
necessário fazer um crítica do papel da bancada evangélica no congresso,
parlamentares que em nome de Deus apoiaram um golpe e que hoje se calam diante dos
descalabros de um governo que é capaz de qualquer coisa para salvar-se das
condenações da corrupção onde estão atolados até o pescoço.
Abaixo o link do interessante texto escrito por um pastor batista;
Rede de escândalos: políticos evangélicos e corrupção
Abaixo o link do interessante texto escrito por um pastor batista;
Rede de escândalos: políticos evangélicos e corrupção
Jonatas Carvalho.
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