quinta-feira, julho 24, 2008

Tempo de Recomeçar

Tempo de Recomeçar

As nossas vidas são marcadas de começos e recomeços. Como escreveu certo filósofo francês, ela (a vida) é uma sucessão de continuidades, descontinuidades e rupturas.
O recomeço, no entanto não é tarefa fácil, pois no primeiro momento implica em admitir começar do zero novamente, ou seja, reconhecer que a caminhada trilhada até o momento presente deverá ser interrompida. Este ‘admitir’ não é simples como pronunciar simplesmente uma palavra. É uma cisão, um novo começo.
Em alguns casos a decisão mais acertada a fazer é exatamente recomeçar, embora alguns caminhos não são possíveis percorrer duas vezes. Isto, se considerarmos a tese de Talles de Mileto, que diz não ser possível banhar-se no mesmo rio duas vezes. O mais provável é que ao recomeçar algo, estaremos iniciando uma nova ação, não a mesma ação do passado, mas outra ação.
O passado por sua vez tem o hábito de nos empurrar a repetir os erros, a isto, chamamos princípio da insanidade, ou seja, repetir o mesmo comportamento, esperando resultados diferentes. Por isso mudar é tão difícil, daí o fato de muitas pessoas desistirem de seus objetivos, pois, alcançar certos alvos, implica mudar comportamentos, mas quem tem disciplina suficiente para efetuar uma mudança?
A mudança, porém, é um processo, significa dizer que não é um movimento repentino, brutal ou automático. Toda mudança implica uma conscientização, um ponderamento, toda mudança implica em transformar a própria realidade.
Como escreveu Rubem Alves, mudar é reformar a casa com agente dentro dela, tudo fica fora do lugar, o transtorno gerado com a poeira, o cheiro de tinta, as batidas de martelo, nos conduzem a recuar e permanecer com a comodidade do óbvio. Alves nos adverte com um porém àquele que ousar mudar; “aos poucos o que era transtorno vai ganhando contorno de lar, e o que se vê causa alívio e admiração”.

domingo, julho 06, 2008

Sonho Real

A vida toma rumos que a razão não poderia explicar, os sentimentos como diria Rubem Alves são a sensibilidade do pianista. Pode-se explicar por meios lógicos como se fabrica um bom piano, mas quando o pianista se senta sobre ele e começa a compor uma canção... como compreender... os movimentos, a harmonia, a melodia? Como explicar o canto dos pássaros, como explicar a paixão?
A ciência, pode até nos dizer como nossos neurotransmissores trabalham e se interligam nas diversas sinápses quando nos apaixonamos, mas a sensação de se apaixonar.... quem saberia dizer!
Só quem se apaixona poderia tentar descrever tais sensações.... as palavras nos faltam, são insuficientes...uma ansiedade toma conta de nós quando se aproxima o momento de encontrar a pessoa por quem nos apaixonamos.
Tudo nos parece inspirador; se chove, pensamos melancolicamente no outro, se faz sol, uma lembrança alegre irradia dentro de nós e nos deixa com um sorriso besta no canto da boca.
Só as cançôes e as poesias podem expressar tais sensações, isto porque elas são fruto desses sentimentos, são produtos elaborados a partir de um sonho real, afinal, como diz o poeta, sonho que se sonha junto; é realidade!