sexta-feira, março 05, 2010

Meus dias de Baby Sitter (CONTINUAÇÃO)

Quarto Dia -26/02/2010.
Hoje o dia não está chuvoso, dei uma limpada no carro do patrão, encontrei uma mossa no capú, fiquei temeroso de ele achar que possa ter sido eu.
As meninas acordaram às nove, a mãe da patroa está mais tensa que nunca, o gás acabou e ela esbravejou com a Glória, por não encontrar um imantado na geladeira do disque-gás.
Eu organizei as coisas, as crianças estão brincando, fico impressionado como as duas se entendem bem. Em momento algum rolou stress, elas são maravilhosas.
Estou com saudades de casa, dos meus filhos, da minha querida esposa e da minha cama. Estou levando meus livros (uns cem livros) que trouxe de Cabo Frio, não sei onde os colocarei, mas fico feliz que estejam comigo novamente.
Comemos uma refeição “Gloriosa” (strogonoff da Glória), subiremos a serra em breve, D. Helena não para de falar neste assunto. Antes de subir, fui à escola da Ana Clara para deixar os trabalhinhos que eram dever de casa e passamos na locadora para devolver o filme que alugamos no dia anterior.
A sensação de dever cumprido é ótima, mas me sinto retribuído de verdade ao contemplar o sorriso infantil dessas meninas, ou, o brilho em seus olhares.

Para contratar este Baby Sitter ligue:
24 2222 7435 / 24 8841 9412 - 22 8826 6520
Ou envie um e-mail para:
jonatascarval@hotmail.com
babysitterposmoderna@gmail.com

Meus dias de Baby Sitter (CONTINUAÇÃO)

Terceiro dia 25/02/2010.
O aprendizado ao se lidar com crianças é constante, Ana e Luiza, são duplamente perspicazes. Fascina-me perceber o quanto são inteligentes e o quanto estão atentas a detalhes que sou incapaz de perceber. Não tenho dúvidas que subestimamos as crianças quanto a sua capacidade de percepção.
O ritmo das coisas por aqui está tranqüilo. A única criança desta casa que a cada dez minutos entra para interromper meus estudos tem 67 anos.
Ana ficou meio molenga para ir à escola, eu orientei a todos que não desse muita confiança, e, para variar propus um acordo; compraria esmaltes da Hannah Montana. Claro que fiz minhas exigências, elas deveriam arrumar a bagunça e obedecer ao tio, foi fácil e eu cumpri integralmente minha parte.
Com a Ana na escola, Luiza apossou-se do computador. Eu que havia acordado as 7:30h, deitei-me no sofá e assisti a uns filmes. A chuva veio, veio forte e depois ininterruptamente molhou nossa tarde de quinta-feira.
Eu e Luiza fomos buscar a Ana Clara na escola, ao sairmos das dependências da escola, Ana colheu duas flores no canto da rua e me presenteou, outra vez me comoveu. A chuva não dava trégua, propus que fizéssemos um cinema em casa, a proposta foi alegremente aprovada. Confesso que senti um frio na espinha ao entrar no Gol do Patrão com dois guarda-chuvas totalmente molhados, percebi que eu teria que limpar este carro novamente amanhã.
A chuva serviu como motivação para uma sessão de cinema, assistimos um ótimo filme, acompanhado por pão de queijo e suco. Por volta das dez, me deitei com as meninas e contei algumas histórias tenebrosas, já havia me esquecido do quanto era bom contar histórias para dormir. Elas mergulharam no sono profundamente e eu aliviado por mais esse dia.
Boa Noite meus anjinhos!!

Meus dias de Baby Sitter (CONTINUAÇÃO)

Segundo Dia: 24/02/2010.

O dia amanheceu infernalmente quente. Eu e as meninas acordamos por volta das nove horas, mamãe e Glória já estavam a todo vapor. Creio que com a atual crise no mercado para magistério, posso iniciar um novo nicho, já que uma baby-sitter normal não faz o que eu faço. Seria necessário pensar um outro nome, já que baby-sitter não corresponde ao número de ações que sou capaz de realizar. A seguir listarei a sequência de ações que imagino uma baby-sitter normal não seria capaz de realizá-las:
 - Fui comprar pão com o Cross Fox da patroa e o deixei para lavar no posto, o rapaz do posto me deixou em casa e levou o carro para uma geral (infelizmente o pão voltou no carro para o posto!)
 - Passei a manhã toda retirando malwares e spywares do computador, mensagens como “seu Windows não é original”, e outros, a máquina ficou limpíssima.
 - Fui limpar a piscina, já que a Ana não foi a escola, então as duas (Ana e Luiza) poderiam se divertir na água, o melhor lugar para estar nesta temperatura.
 - Fui ao banco pagar a mensalidade da escola da Aninha, na ida, deixei o gol do patrão para lavar e peguei o Cross Fox da patroa, paguei a fatura, passei na farmácia para compra uma seringa de vacina para posteriormente aplicar na mãe da patroa. Retornei ao posto para buscar o gol do patrão.
 - Ao chegar em casa, entrei na internet para fazer alguns exercícios da disciplina on-line do curso de graduação do patrão, fiz as aulas 1 e 2 e confirmei presença.
 - Levei a Ana no Balé que durou das 19h às 20h, aguardei o término enquanto lia o texto de Michel Foucault (“Nietzsche, Freud, Marx” – Ditos e Escritos – 1967) e, conversava amistosamente com as mães das outras meninas.
 - Após o Balé fomos ao Mac-Donald, as meninas compraram um Mac lanche feliz e eu um magnífico.
Acho que não é fácil encontrar um Baby-sitter com tais atribuições.
Logo após o lanche, a Ana apresentou seu primeiro sinal do dia de saudades e este Baby-sitter, pela primeira vez se comoveu. No carro, no caminho de volta, podia ouvi-la chorar, eu fazia que não estava dando atenção, tentando distraí-la. Ela se aproximou por trás do meu banco, ao olhar à esquerda, em direção ao sinto de segurança, percebi sua mãozinha próximo ao meu ombro, coloquei minha mão direita sobre a dela, dirigia somente com uma mão. Ela apertou minha mão com força, sem pronunciar uma palavra, apenas chorava baixo.
Ao chegarmos em casa, conversei com ela no carro, perguntei o que eu poderia fazer para ajudá-la, ela não sabia dizer. Então eu a coloquei no meu colo e a abracei, não me lembrava mais do poder terapêutico do abraço, aos poucos ela foi parando de chorar, ela me abraçava fortemente, aos poucos foi relaxando, ficamos ali por uns dez minutos. Entramos, ela foi tomar banho e dormiu como um anjo.
Os pais se culpam pela falta de tempo com os filhos, as mães trabalhadoras, geralmente são acusadas de buscar sucesso profissional em detrimento da maternidade. Para este humilde baby-sytter, tais críticas são fruto da hipocrisia social, visto que nossa sociedade nos impulsiona ao topo do mundo. As mulheres se queixam por terem que trabalhar tanto, mas as que se dedicam ao lar exclusivamente são olhadas como preguiçosas ou incapazes e sentem-se de um modo geral, assim como as que estão no mercado de trabalho, frustradas.
Não há formula mágica para educar filhos, os pais de hoje se culpam por ficar tempo demais longe dos filhos, mas as famílias do início do século passado, embora vivessem mais tempo juntas, não tinham a consciência da qualidade do tempo. Casava-se por acordos, não por amor, os filhos, isto é, a prole, era educada entre as famílias burguesas pelas amas de leite e empregados. Hoje sabemos que o que faz com que as crianças sejam emocionalmente saudáveis é a disponibilidade do afeto e afeto não falta a estas meninas.

Meus dias de Baby Sitter

Há muito tempo que não escrevo aqui! Acho que é porque ninguém lê!
Mas resolvi, transcrever uma série de narrativas sobre experiências vividas recentemente.

Meus dias de Baby Sitter

Minha Irmã querida foi para a Argentina a trabalho na mesma semana que a empresa nova de meu cunhado o enviou em treinamento para Campinas. Coube-me supervisionar minha sobrinha que ficaria com minha mãe e a empregada. Quando cheguei (no Domingo), tive uma agradável surpresa ao saber que minha outra sobrinha (filha do meu irmão!), também passaria a semana conosco. Não sabia que minha família me amava a esse ponto! Deixar aquelas duas criaturinhas uma semana inteira comigo, é muita prova de amor! Não?
Primeiro dia: 23/02/2010.
Na terça eu retornava de Cabo Frio, com uma missão bem específica; levar a Aninha na psicóloga. Ao chegar descobri precisava comprar pão, também descobri que era eu que devia buscar minha sobrinha na escola. A Drª Simone pediu que adiássemos o horário de 19:50h para às 20:15h, achei ótimo pois poderia desta forma terminar de assistir o jogo do Barcelona. A luz acabou e não voltou, eu ia conferir o endereço da psicóloga na Net, dancei. Fomos obrigados a sair de casa mais cedo devido ao calor e a escuridão.
Chegamos cedo à psicóloga, errei o caminho na primeira, mas acertei na segunda tentativa. Foi tudo ótimo, ficamos fazendo hora por uma meia hora, depois verifiquei as obras de Miguel Ângelo e Salvador Dali em dois ótimos livros no consultório da Simone, enquanto aguardávamos o término da sessão. No interregno entre o fim da sessão e minhas leituras, respondia infinitas questões elaboradas pela sogra do meu cunhado.
Ao chegarmos em casa, a luz já havia retornado, tudo estava nos conformes, as meninas estavam bem, pois havíamos feito um pit stop para um picolé. Assistimos a um programa educativo antes de dormir, chamava-se “Piratas do Caribe”, onde tive a oportunidade de ensinar as meninas o real significado da pirataria. Terminado o filme, minha mãe contava histórias para as meninas no quarto, enquanto eu me espreguiçava no sofá, foi quando a Aninha veio até a mim e disse:
- Tio Jonatas...você dorme comigo lá no quarto!
- Acho que a vovó vai dormir com vocês! Respondi.
- Mas eu quero dormir com vocêêê, tio Jonatas!
Deitei ao lado da cama... as meninas logo pegaram no sono, mas ai, a luz acabou novamente e sem ela o calor tomou conta do quarto rapidamente, eram uma hora da manhã, a Aninha acordou e começou a chorar, porque estava com calor, e, porque sentia saudades de mãe e do pai. Após uma rodada de negociações sem resultados concretos, decidi apelar:
- que tal dormirmos no carro com o ar ligado???!!!
Elas toparam na hora, quarenta minutos depois retornávamos para a cama, ainda sem luz, mas as meninas estavam com muito sono e voltaram a dormir rapidamente. A luz retornou meia hora depois e eu, bom, eu perdi sono, voltei para o sofá. Tentei assistir uns programas de conteúdo adulto na TV, mas não tinha a senha, me contentei a assistir o jogo de hóquei entre Letônia e República Tcheca, o sono veio e eu apaguei.
Fim, por hoje!