segunda-feira, dezembro 19, 2011

Aos meus amigos (Loucos e Santos) que trilharam comigo neste ano de 2011:

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.


Oscar Wilde

terça-feira, dezembro 13, 2011

ONTEM FOI UM DIA DE MUITAS EMOÇÕES, O LANÇAMENTO DO LIVRO FOI UM SUCESSO! A PRESENÇA DE MEUS FAMILIARES E AMIGOS E MESMO A LEMBRANÇA DAQUELES QUE NÃO PUDERAM COMPARECER ME TROUXE MUITA ALEGRIA. FOI UM GRANDE EXPERIMENTO! OBRIGADO A TODOS! 

Abaixo  a "prova" da experimentação:


   







segunda-feira, dezembro 12, 2011


Sobre dedicatórias e autógrafos.

Preciso esclarecer umas coisas sobre o lançamento do livro “Experimentadores: Michel Foucault e práticas historiográficas”. Primeiro que como já mencionei, embora seja motivo para se comemorar (não por eu ter escrito um capítulo, mas por ter tido a oportunidade de participar de um projeto ao lado de pessoas fantásticas e de elevado saber acadêmico), não é nenhum best Seller.
Ainda assim, é claro, ter um capítulo escrito nele ( cap. XI - A PRODUÇÃO DE LEIS E NORMAS SOBRE DROGAS NO BRASIL: A GOVERNAMENTALIDADE DA CRIMINALIZAÇÃO) me dá uma sensação de orgulho. O que me leva a pensar em tantas pessoas a quem eu deveria dedicar, compartilhar e agradecer este momento da minha vida. A página pós-capa do livro seria insuficiente para escrever todo esse sentimento, meus autógrafos serão modestos, mas a gratidão permanecerá até o dia da minha morte.  

Algumas pessoas me vem à mente: meus pais Manoel e Helena ambos, apesar da pouca escolaridade sempre me motivaram (sem muito sucesso) a estudar aos quais devo a vida e os exemplos de integridade; minha esposa Mariáurea, a quem devo tudo que sou hoje (tudo mesmo!!); minha irmã Janete e meu “irmão” Josué (que nas horas vagas é também meu cunhado), pela hospedagem vip em Niterói (com direito a alimentação, muita cerveja e até translado) e pelo carinho que sempre me recebem; meus professores de graduação; amigos fiéis como Eduardo (Dudu), Marcos ( Marquinho), Luciano ( Xuxu), Rogério ( Biga) e muitos outras...; Não poderia deixar de lembrar do  Beto ( meu chefe direto e amigo que sempre me apoiou e compreendeu minha vida louca); Minha querida orientadora Marilene (que me fisgou em um congresso em Cabo Frio para minha sorte), meus irmãos Davi e Sandra (duas pessoas que admiro muito).

Certamente faltam a lista acima muitos nomes, mas minha cabeça é insuficientemente e incapaz de lembrar de todos de uma vez só.

Mas dedicarei este livro aos meus dois filhos, João Mateus e Júlia, que são o que há de mais precioso na minha existência neste mundo (amo vocês!!!).

Obrigado!
Jonatas.


quarta-feira, dezembro 07, 2011

Eu queria segurar esta postagem. Queria segurar até a inauguração do livro "Experimentadores" no próximo dia 12, mas não consigo me conter de alegria. Hoje eu  postei no Blog da Fazenda Campos Novos uma notícia ainda mais importante que o livro, trata-se do tombamento federal da fazenda. Finalmente estamos sobre a proteção do  IPHAN. Ano passado, exatamente em dezembro, eu  escrevi um texto cujo título foi "O melhor ano da minha vida", eu comemorava conquistas singulares, como minha entrada para o mestrado, me lembro que terminei o texto sinalizando boas expectativas para o futuro. Não previ, nem projetei, apenas imaginei as possibilidades, como diria Kosseleck eram "horizonte de expectativas", batalhei, fui a luta, o resultado: livro e tombamento! Não poderia ser melhor (só falta o meu filhão passar na escola!!) Mas em ambas as vitórias o mérito deve ser compartilhado, no caso da Fazenda, muito mais, pois foi de fato uma luta travada por um pequeno, mas insistente grupo. Parabéns a todos pela conquista. 
Abaixo colei o texto sobre o tombamento:
 O processo de número 1.492-T-02 que foi iniciado em 2002, mas caiu em esquecimento e só foi retomado no início de 2009 com a criação do Projeto Refazendo Campos Novos, transformou-se no processo nº 01500.005719/2010-49, que trata o “tombamento federal do sítio da antiga Fazenda de Santo Inácio de Campos Novos a ser escrita nos livro do Tombo Histórico, Livro do Tombo de Belas Artes, livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.” (Texto diário oficial da união – nº224 de 23 de novembro de 2011). Com isso, após anos de luta pela preservação de um dos patrimônios mais importantes da Região da Costa do Sol e de valor inestimável para história patrimonial fluminense, finalmente a Fazenda Campos Novos passará a gozar da proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.  
A luta, iniciada nos primeiros anos da década de 90 quando o então prefeito José Bonifácio desapropriou a área de 184 hectares, não teve como motivação principal o pratrimônio em si, mas a contenção dos conflitos agrários (que já havia resultado no assassinato do lider sindical Francisco Lan), a Fazenda era o símbolo da opressão, exploração do trabalhador rural e da expropriação (por meio de grilagem) das terras dos descendentes de escravos trazidos para o trabalho nas terras da fazenda.  Na ocasião, a Secretaria de Agricultura do  município foi transferida para a sede da mesma.    
No início do ano 2000 iniciou-se um projeto de transformar parte das terras da Fazenda em um aterro sanitário. A Associação de Turismo Ecológico Integrado à Arqueologia (ATEIA) por meio de seu presidente Geraldo Monteiro, reagiu ao absurdo e mobilizou a sociedade para um projeto que visava resgatar a Fazenda como símbolo histórico e cultural. Foi nesta época, graças a mobilização da ATEIA que a Fazenda foi tombada provisoriamente pelo Instituto Estadual do Patrimõnio Cultural do Rio de Janeiro – INEPAC. Nesta época foram muitos os cabofrienses que  batalharam pela preservação da Fazenda, entre eles  o então Sub-Secretário de Cultura Márcio Werneck e sua esposa  Penha Leite. No entanto, devido a falta de recursos municipais e a ausência de visão dos gestores públicos,  o esquecimento foi questão de tempo. Os anos que se seguiram a Fazenda Campos Novos passou a ser apenas o lugar onde funcionava a Secretaria de Agricultura. 
No primeiro mandato do Prefeito Marquinhos Mendes, foi nomeado para assumir a Secretaria de Agricultura o ex-vereador e militante (PT) Alfredo Barreto, este que lutara ao lado de José Bonifácio na desapropriação da Fazenda, iniciou um trabalho excepcional de aproximação entre a Fazenda e a população rural de Cabo Frio. Mas foi quando Carlos Alberto Gomes de Carvalho (Carlinhos) assumiu e SECMAA que o Projeto Refazendo Campos Novos foi criado.  Em principio criou-se um consórcio com algumas secretarias afins ( Cultura, Educação, Meio Ambiente e Turismo,  além da participação de representantes do IFF). No mesmo ano foi criado, numa parceria entre o Ministério de Ciência e Tecnologia, Departamento de Recursos Minerais e a Casa da Ciência da UFRJ, o Projeto Caminhos de Darwin, que ajudou a dar mais visibilidade a Fazenda ( Darwin se hospedou na Fazenda no séc. XIX).
Em 2009 o médico sanitarista Beto Nogueira assumiu a Secretaria de Agricultura e colocou o tombamento da Fazenda com uma das prioridades na sua gestão, colocando o historiador Jonatas Carvalho a frente do Projeto Refazendo Campos Novos. A partir daí, pessoas como o professor Ildeu Moreira do MCT e Fátima Brito da Casa da Ciência (UFRJ), assim como a geóloga Kátia Mansur da UFRJ passaram a abraçar o projeto. Por outro lado, deve-se muito aos representantes do IPHAN na região, Manoel Vieira e Ivo Barreto, este último incansável na articulação e na busca de soluções com departamentos e órgãos do Estado e União. 
Em fim o tombamento federal da Fazenda Campos Novos é uma obra coletiva, cujo resultado vem coroar a ação dos envolvidos (alguns, que devido ao curto texto não foram mencionados). Este texto é, portanto, um reconhecimento do trabalho mútuo e da preocupação de cidadãos e cidadãs com o patrimônio material e imaterial que singulariza nossa Região. Não há dúvida que foi dado um passo fundamental para a preservação deste belíssimo patrimônio, o tombamento federal, no entanto, não é garantia irrestrita da preservação, é uma etapa e deve ser celebrada com uma grande vitória, em 2012  haverá muito a se fazer, a luta  vai continuar. 

Jonatas C. de Carvalho.
Pesquisador da Fazenda Campos Novos.
     

sexta-feira, dezembro 02, 2011



 
Tenho o prazer de convidá-los para o lançamento do livro "Experimentadores: Michel Foucault e práticas historiográficas", organizado pelas Professoras: Marilene Rosa (UERJ), Magda Jaolino (UFRJ) e meu amigo Luciano Pinto (UERJ), livro este, que tive a honra de escrever um dos capítulos. 
Será uma grande satisfação recebê-los para compartilhar com vocês este momento que para mim é muito especial. O livro (modestamente) ficou uma obra muito interessante, cujo título (experimentadores) faz jus a tudo o que vivemos para publicá-lo.

Agradeço aqui de antemão a todos que contribuíram para sua publicação e o dedico a minha família (Mariáurea,João Júlia - meus queridos pais e irmãos(ãs)) e a vocês meus amigos e amigas, interlocutores (as), parceiros (as) do experimento chamado vida.


Até Lá!!! 

sexta-feira, novembro 25, 2011

Quase Homem.


Bem diz o velho ditado que para ser um homem de verdade é preciso; criar um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. 

Quanto aos dois primeiros, creio que uma boa parte dos homens são aptos, já o último item, este exclui provavelmente 95% da população masculina no Brasil. No meu caso em particular, aos 42 anos estou muito perto de me tornar homem (acho que meio-homem), árvores já plantei várias, inclusive na adolescência eu plantei muitas, mas não podia divulgar. Sobre o filho há uma incógnita, o ditado diz "ter um filho" ou "criar um filho", não me lembro, e não estou disposto a consultar a maior divindade no assunto (o deus google) para resolver este impasse popular. De cara eu  diria que a diferença é gritante, logo se o caso for o primeiro (ter um filho), a questão é simples, mas se for o segundo (criar um filho), fica mais complexo, primeiro deve-se definir o que seria criar, para ai sim, descobrir se se criou-se bem ou não o filho. Novamente no meu caso, o meu filho(te) já está com 16 anos, muito bem criado em saúde e estatura, quanto as demais questões...é subjetivo....!! 

Pois bem, não quero entediar meus (três) leitores com divagações, importa hoje é comunicar que este que vos escreve sem qualquer critério, irá lançar no próximo dia 12 de Dezembro um livro coletivo ( cujo qual, sou autor de um capítulo) organizado pelas Professoras Marilene Rosa (UERJ/LEDDES), Magda Jaolino (UFRJ/CEMFHIS) e o Professor Luciano Rocha Pinto. O lançamento do Livro Experimentadores - Michel Foucault e Práticas Historiográficas se dará  a partir das 19 horas na Livraria da República no Museu do Catete. Eu gosto muito da livraria como do espaço que  atende  aos amigos/as, aos  familiares, inclusive as nossas crianças e até  memos aos fumantes.

Não percam esta oportunidade...!!!

Aproveito para agradecer a minha família (minha linda esposa e meus filhos amados) por terem aprendido a lidar com a minha presença/ausência; aos meus amigos, meus interlocutores, meus professores e minha orientadora Marilene Rosa. (e a CAPES que vem me bancando nestas "experimentações" rsrsrs!)


Abraços e até lá

sexta-feira, outubro 28, 2011

Por uma vida não tão hi tech


Qualquer dia desses, assistiremos as agências de notícias enlouquecidas, cada qual procurando uma exclusividade sensacionalista para conquistar a audiência da população. Com manchetes do tipo "Maníaco fuzila passageiros em ônibus intermunicipal" ou " Pânico sobre rodas" , explico.
                Lembro quando comecei a fazer minhas primeiras viagens intermunicipais , que na verdade eram de uma hora na serra entre Petrópolis e Teresópolis, mas eu ficava lendo os avisos no vidro atrás do motorista, as regras, não me lembro de todas, mas a proibição de aparelhos eletrônicos me chamava atenção pois ao lado havia um desenho de um rádio a pilha. 
Sabemos que a revolução da microeletrônica possibilitou uma mudança na vida social, alguns chegam a dizer que ela foi responsável pela queda de ditaduras nos últimos dias. São celulares com câmeras, com tv digital, twitter e outras redes sociais.  São ipods, ipads, iphone,  notebooks, netbooks,  ou seja, houve uma socialização da comunicação e aceleração da informação.  O  velho radinho a pilha,  o único aparelho capaz de incomodar  os passageiros numa viagem na minha adolescência, agora tem substitutos infinitamente mais incômodos.
Esta semana eu estava febril,  após uma semana difícil, com aulas na UERJ até as 18 horas, cheguei na Novo Rio e comprei passagem no Salutaris,  já na linha vermelha apaguei. Os ônibus de hoje, assim como nos aviões, quando reclinamos o encosto do banco, nossa cabeça fica uns dez centímetros  de quem está sentado atrás, embora meu encosto estivesse apenas parcialmente reclinado, senti uma poderosa voz dizendo - fala ai maluco! Vai rolar aquele churrasco no fim de semana ou não! Eu, apesar do susto, consegui me controlar e ninguém percebeu que pulei na poltrona com aquela voz bem nos meus ouvidos. Após alguns minutos, enquanto o passageiro do banco de trás concluía sua conversa sobre molho à campanha, eu comecei a perceber que ele não era o único, mais ao fundo eu podia ouvir uma musiquinha e ao virar levemente meu pescoço percebi que era um desses  mp7 e que o sujeito se recusava a ouvir fazendo uso de um fone.  Mais  ao fundo ainda, outra  mulher falava ao celular, a distância, porém permitia chegar a voz já suavizada até mim. Notei que além dos diálogos costumeiros  entre passageiros, o espaço no ônibus intermunicipal é preenchido pela interação tecnológica, rompendo com  a tranquilidade e o sossego de quem prefere ou necessita dormir.       
Fechei meus olhos e tentei me concentrar, minha imaginação me levou a visualizar um sonho, onde eu estressado, com febre e tentando dormir no ônibus, perdi a paciência com os passageiros  "hi tech". Saquei uma arma e comecei a atirar em todos , nos que não sabem falar baixo no celular, nos que ouviam música alta - menos no cara que estava escutando "that's the way" , Led Zeppelin - 1973 - atirei naqueles nerds irritantes que passam a viagem inteira naqueles joguinhos japoneses, atirei numa adolescente que não parava de testar os tipos de toques possíveis de seus celular, atirei em um cara que estava assistindo o dvd do Lanterna Verde, bem ele estava usando o fone, mas o filme é horrível, por fim atirei no motorista que só porque estava fechado em sua cabine, achou que podia ouvir  "A voz do Brasil" numa altura absurda. Quando o ônibus tombou eu acordei do sonho e me dei conta que a tecnologia destruiu nossa privacidade, não vai demorar as pessoas começarem surtar. 

domingo, outubro 23, 2011

Foucault por ele mesmo II

Segue o link para fazer download de Foucault por ele mesmo, parte 2. 

http://rapidshare.com/files/243543522/Foucault_por_ele_mesmo__Foucault_Par_Lui-m_me_.part2.rar

sexta-feira, outubro 21, 2011

Foucault por ele mesmo


Abaixo o link do vídeo (1) da série Foucault por ele mesmo, produzido por Françoise Castro: a heterotopia e a heterotopologia....

sexta-feira, outubro 07, 2011

Eu apoio

CAMPANHA Cumpra-se – Republique em seu site, blog e redes sociais o artigo e este email. Colabore.


A proposta de cumprimento parcial da sentença condenatória da OEA sobre o caso Gomes Lund e outros x Brasil (Guerrilha do Araguaia), que vem sendo executada pelos três poderes (judiciário, legislativo e executivo), é equivocada e ilegal. Nega-se um dos principais aspectos da sentença, que é a desobstrução da justiça para que os crimes de lesa-humanidade apontados sejam investigados e os responsáveis punidos, através de nova interpretação da Lei de Anistia contida na ADPF 153 proposta no STF pela OAB ou pelo PL 573/11 da Deputada Luiza Erundina.

Convidamos todos e todas a participarem da Campanha Virtual de Esclarecimento do Cumpra-se, cujo objetivo é promover o debate sobre o tema e levar ao conhecimento do maior número de pessoas, coletivos e instituições a necessidade de exigirmos do estado brasileiro uma posição clara e coerente em direitos humanos, pois negar a jurisprudencia da Corte Interamericana, como está sendo feito, é destruir trabalho de décadas e bloquear avanços para a cidadania, hoje e amanhã.

Para reafirmarmos a importância dos direitos humanos no desenvolvimento de nossa sociedade, pedimos que encaminhem este email a seus amigos, familiares, contatos de email, facebook, orkut, twitter etc… e os convide a ler, repassar e publicar na internet o artigo Cumpra-se que saiu no Jornal Brasil de Fato, que já está nas bancas, em apoio à nossa campanha.

CADASTRE-SE no formulário on-line e ajude a organizar a campanha. CLIQUE AQUI.

Participe, colabore, venha construir esta rede.

Convidamos as instituições que participaram da luta pela aprovação da ADPF 153 a retomarem a atuação no Comitê Cumpra-se.

Reunião Comitê Cumpra-se – Dia 14/10/2011 às 16h na sede da Associação Juízes para a Democracia – Rua Maria Paula, nº 36, 11º andar – conj. 11B
Confirme presença através do email cumpra-se@gmail.com

Calendário em discussão:

1. Até dia 23/10/2011 estruturação do Comitê Cumpra-se e da campanha pela internet, da construção da rede através do cadastramento on-line de parceiros, criação do site, produção de vídeos, e campanhas virtuais de esclarecimento e etc…

2. Dia 24/10/2011 (1 mês para o cumprimento da sentença) Lançamento da petição on-line e ação em massa de envio de emails às autoridades envolvidas.

3. Dia 24/11/2011 – data indicativa de manifestação pelo CUMPRA-SE – aniversário de um ano da sentença

Convocam: AJD – Associação Juízes para a Democracia, CJP-SP – Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, GTNM-SP – Grupo Tortura Nunca Mais – SP, KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço (ligada ao Conselho Mundial de Igrejas) e Coletivo Manifestação.Org.

Esperamos você no facebook – clique aqui

Atenciosamente;

Marcelo Zelic
A posição dissimulada do estado brasileiro em não cumprir integralmente a sentença da OEA, impõe fronteiras aos direitos humanos, negando a responsabilidade coletiva que temos junto aos demais países membros em zelar e desenvolver os instrumentos do direito internacional dos direitos humanos.

A não apuração dos crimes de lesa humanidade praticados nos anos de 1964-1985 e a manutenção dos mecanismos de impunidade dos torturadores, atinge a todos os brasileiros e brasileiras, de ontem, de hoje e de amanhã, pois nega o caráter especial do direito internacional dos direitos humanos e a jurisdição da Corte Interamericana em nosso país. Destacamos trechos muito claros do voto do Juiz ad HOC Roberto de Figueiredo Caldas na sentença que condenou o Brasil em novembro de 2010, que mostram nossas responsabilidades.

“Se aos tribunais supremos ou aos constitucionais nacionais incumbe o controle de constitucionalidade e a última palavra judicial no âmbito interno dos Estados, à Corte Interamericana de Direitos Humanos cabe o controle de convencionalidade e a última palavra quando o tema encerre debate sobre direitos humanos. É o que decorre do reconhecimento formal da competência jurisdicional da Corte por um Estado, como o fez o Brasil.”

“Para todos os Estados do continente americano que livremente a adotaram, a Convenção equivale a uma Constituição supranacional atinente a Direitos Humanos. Todos os poderes públicos e esferas nacionais, bem como as respectivas legislações federais, estaduais e municipais de todos os Estados aderentes estão obrigados a respeitá-la e a ela se adequar.”

“Mesmo as Constituições nacionais hão de ser interpretadas ou, se necessário, até emendadas para manter harmonia com a Convenção e com a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos.”

“Portanto, em prol da garantia da supremacia dos Direitos Humanos, especialmente quando degradados por crimes de lesa-humanidade, faz-se mister reconhecer a importância dessa sentença internacional e incorporá-la de imediato ao ordenamento nacional, de modo a que se possa investigar, processar e punir aqueles crimes até então protegidos por uma interpretação da Lei de Anistia que, afinal, é geradora de impunidade, descrença na proteção do Estado e de uma ferida social eternamente aberta, que precisa ser curada com a aplicação serena mas incisiva do Direito e da Justiça.”

“É preciso mostrar que a Justiça age de forma igualitária na punição de quem quer que pratique graves crimes contra a humanidade, de modo que a imperatividade do Direito e da Justiça sirvam sempre para mostrar que práticas tão cruéis e desumanas jamais podem se repetir, jamais serão esquecidas e a qualquer tempo serão punidas.”

A posição “vice-versa” do STF, sobre a interpretação da Lei de Anistia, questionada tanto na ADPF 153 pela OAB, como na sentença condenatória da OEA no caso Guerrilha do Araguaia, exige-nos recordar a clareza e objetividade do juiz Cançado Trindade ao se referir à questão da jurisdição da Corte, diz ele:

“A convenção Americana, juntamente com outros tratados de direitos humanos, foram concebidos e adotados com base na premissa de que os ordenamentos jurídicos internos devem se harmonizar com as disposições convencionais, e não vice-versa”.

O STF por força de embargo de declaração feito pela OAB e dos tratados assinados pelo Brasil, mesmo depois de votar a questão em 2010, ainda segue apreciando a ADPF 153. O Ministro Luiz Fux recentemente solicitou informações aos poderes da república, sobre a questão e aguarda contra resposta da Presidência da República e do Congresso Nacional. Com o prazo legal vencido, os poderes da república buscam uma “saída” que não existe.

A sentença é clara e diz, por unanimidade, que:

“As disposições da Lei de Anistia brasileira que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a Convenção Americana, carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir representando um obstáculo para a investigação dos fatos do presente caso, nem para a identificação e punição dos responsáveis, e tampouco podem ter igual ou semelhante impacto a respeito de outros casos de graves violações de direitos humanos consagrados na Convenção Americana ocorridos no Brasil.”

“A jurisprudência brasileira firme, inclusive placitada por decisão recente do mais alto órgão do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal, esbarrou em jurisprudência tranqüila desta Corte ao deixar de observar o jus cogens, ou seja, normas peremptórias, obrigatórias aos Estados contidas na Convenção Americana sobre Direitos Humanos (também conhecida como “Pacto de São José da Costa Rica”, doravante indicada também somente como Convenção”). Em apertada síntese, é por esta razão que o País está sendo condenado nesta sentença, pelas violações à Convenção.”

É preciso denunciar que a Câmara dos Deputados acaba de violar o “Pacto de São José”, agindo na contramão das obrigações assumidas na Convenção Americana, ao negar seguimento ao projeto de lei da Deputada Luiza Erundina, que propunha adequar a norma interna produzida com a Lei de Anistia de 1979, à jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos e à sentença que condenou o Brasil na OEA em 2010.

O governo perdeu a oportunidade de resolver a questão no legislativo, ao ausentar-se das audiências públicas e derrubar a proposta da Dep. Luiza Erundina. Se tiver a mesma postura frente à ADPF 153, poderá estreitar as possibilidades de um efetivo cumprimento da sentença e a consequente obstrução da justiça, deixando escapar a solução do impasse junto à OEA, também no judiciário.

Com as negativas do legislativo e do judiciário ao cumprimento da sentença, resta ao executivo mudar a interpretação da Lei de Anistia por decreto, o que aponta o tamanho do retrocesso no campo de direitos humanos que vivemos em nosso país e quão distantes os poderes do estado estão da tarefa de construir e fortalecer práticas democráticas e de respeito aos direitos humanos.

Não se pode presumir limitações ao exercício dos direitos consagrados em tais instrumentos, criando fronteiras e impedimentos para sua concretização.

Pelo cumprimento integral da sentença da OEA.
CUMPRA-SE
*Marcelo Zelic é vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de SP.

*Anivaldo Padilha é ex-preso político, líder ecumênico metodista e associado de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço.
O texto foi retirado do Blog do PHA - Conversa Afiada - Informe-se mais in: http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/10/06/cumpra-se-a-decisao-da-oea-contra-a-anistia/

domingo, outubro 02, 2011

Rock in Rio 2011


Sou desses caras que vai afirmar até morrer que só existiu um rock in rio; o de 1985. Assim como só houve um woodstock , só houve um rock in rio. Nunca me interessei por mais nenhum evento desde então, embora tenha consciência que em cada um deles sempre uma ou duas bandas valia a pena ouvir. Quando soube do rock in rio 2011, logo percebi seu caráter marketeiro, a presença de figuras como Claudia Leite e Ivete Sangalo só confirmaram minhas suspeitas. Prefiro ficar com a nostalgia de 1985.
A possibilidade de ter um canal que transmitiu ao vivo todo o show, acabei ligando nos dois domingos, semana passada e hoje. Não quero fazer qualquer referências as bandas da semana passada, eram boas, mas não faziam o meu estilo. Hoje achei que me decepcionaria novamente, assisti a Pyti e achei uma p..., estou convencido de que ela é um produto nacional muito ruim.... Depois vieram os Titans com a banda lusa, Xutes e Pontapés, ai sim, o Rock comeu solto...com um pouco de punck é verdade, mas alta qualidade nacional, bem diferente da P....
Quando a banda Evanescence entrou no palco eu pensei, lá vem uma P....dos EUA, me dei mal.... Ou melhor, me dei bem, por que a guria canta muito a tal de Amy Lee! Fiquei impressionado com a qualidade da banda, altamente versátil e criativa o Evanescence é para mim sem dúvida minha maior surpresa do rock in roll dos dias de hoje.

sexta-feira, setembro 30, 2011

Cortina de Fumaça

Já faz algum tempo que não escrevo por aqui, na verdade nunca escrevi tanto em minha vida, mas tenho me dedicado a um outro tipo de escrita; a acadêmica. A escrita acadêmica é aquele tipo de escrita que o Rubem Alves chama "impessoal", uma escrita que onde o autor está escondido a trás da terceira pessoa.
Não vou entrar no mérito dos modos de escrita, na verdade o que me motivou a publicar algo neste blog foi um documentário que acabei de ver; "Cortina de Fumaça" de Rodrigo Mac Niven. O documentário discute a questão do proibicionismo sobre drogas e é realizado por meio de entrevistas com vários especialistas das mais variadas áreas no Brasil e EUA. Trata-se de uma discussão madura que coloca em xeque um século de política criminal que até agora só encarcerou pobres e foi incapaz de reduzir o consumo mundial. Mas não vou ficar aqui reproduzindo o discurso veja você mesmo....
Abraços a todos os meus (10) leitores.


Jonatas.

Veja o filme aqui na página do NEIP- Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos.
http://www.neip.info/index.php/content/view/2933.html

quinta-feira, junho 09, 2011

Ebulições Futebolística.

Embora este espaço se destine a outros conteúdos, não é a primeira vez que trago para dentro deste blog esse tema que tanto me encanta o futebol. Não me interesso pelo futebol filosoficamente, pois não tenho muito interesse intelectual sobre o tema, raramente leio sobre sociologia do futebol, refiro-me a paixão de torcedor por um esporte específico.
Como um apaixonado por futebol, creio que cabe tecer um comentário sobre a final da Copa (Kia) do Brasil (nossa libertadores, agora é Copa Santander Libertadores). Devemos parabenizar em primeiro lugar o campeão Vasco da Gama, mas acima de tudo o belíssimo futebol apresentado ontem a noite por dois times altamente ofensivos. O Coritiba demonstrou que é uma equipe guerreira, veloz e com muita qualidade. O jogo apesar de algumas entradas desleais e da catimba no final, foi bom, com alguns destaques , no Vasco Eder Luis ( joga muito), Alecsandro e Diego Souza. No Coxa merecem destaque, Willian ( pelo golaço), Rafinha e Leonardo. O Coxa jogou muito, mas a falha de Edson Bastos e a capacidade do Vasco de suportar a pressão na sua defesa fizeram a diferença.
Mas o que vale ser destacado é que ambos times vieram de situações críticas bem recentemente, o Coxa desde seu retorno a 1ª divisão, tem demonstrado um futebol altamente produtivo. Quanto ao Vasco, o caso é mais recente, neste caso devemos destacar a chegada do Ricardo Gomes ( este grande tricolor) e as contratações de Diego Souza, Alecsandro e Eder Luiz.
Parabéns aos vascaínos, parabéns a torcida belíssima do Coxa que soube reconhecer o belo futebol que seu time jogou ontem.

quinta-feira, abril 07, 2011

CARTA ABERTA AO MURICY

Bem espero que meus poucos leitores, compreendam minhas razões para inserir um desabafo de torcedor em um blog com características, digamos, menos fundamentalista.


Prezado Muricy, sempre fui fã do seu trabalho, obviamente em alguns momentos, divergia com você sobre a escalação ou sistema tático em uma ou outra partida, entretanto, ninguém é perfeito, por outro lado, nós torcedores não estamos no dia-a-dia do clube, mas no geral sempre achei você um dos melhores técnicos do Brasil.
Quando faço um balanço de sua curta passagem no Fluminense é fácil chegar a conclusão de que foi positiva, seria leviandade minha, contudo, atribuir o título do brasileiro exclusivamente a você. A base do time que foi campeão foi montada pelo Cuca, além do mais o time que você efetivamente montou, não conseguiu emplacar. Seu mérito, porém, é incontestável, com todas aquelas contusões de nossas “estrelas”, você foi capaz de administrar a equipe na direção certa.
O caso da Seleção Brasileira gerou muitas falácias, o que me marcou na ocasião foi o fato de você adotar um discurso ético-moral como um “legado para deixar aos seus filhos”. Lamentável que sua saída repentina tenha sido uma contradição ao discurso adotado anteriormente, pois nem o mais ingênuo dos torcedores engoliu suas desculpas sobre a “falta de estrutura”. Não sou contrário que os técnicos busquem melhores condições salariais e profissionais, afinal os clubes, por sua vez, não excitam demitir seus técnicos diante de uma campanha ruim.
Meu estranhamento, e creio que de boa parte da torcida e da imprensa, foi a justificativa apresentada por você. Logo você que sempre adotou um discurso diretivo, profissional, de quem fala na cara de quem quer que seja, do profissional que se gaba por nunca ter rompido um contrato. Você veio com essa história de falta de condições estruturais!
Bem Muricy, não posso falar em nome da torcida (torcida maravilhosa que te apoiou em todos os momentos), posso apenas, como torcedor anônimo que sou para você, apresentar minha insatisfação e decepção com o profissional Muricy Ramalho. Se você tivesse sido honesto, se confessasse que tinha recebido uma proposta melhor, e como homem que você sempre disse que era, tivesse encarado a torcida e a imprensa, ao invés de sair no último jogo pelos fundos, sem dar coletiva, eu te admiraria ainda mais do que admirei.
Após de sua saída do Fluminense, eu aguardei pacientemente o dia que você seria anunciado técnico do Santos, nunca tive duvidas de que logo este dia chegaria (e creio que a imprensa esportiva também não), com a confirmação do contrato fechado nesta semana, a conclusão que eu cheguei é que você Muricy só respeita uma ética, a do “meu pirão primeiro”.
Como um modesto historiador, sei que você entrará para a história do nosso clube e lembraremos deste título com muito orgulho e certamente nos lembraremos de você. Mas o passado nos propicia muito mais que lembranças, ele nos permite olhar para frente, de superarmos as dificuldades, pois o presente é o que importa. Nós viveremos bem sem você Muricy e não tenho dúvidas de que você viverá muito bem sem o Fluminense, mas lembre-se que o “legado”, a honra, a palavra, a sua palavra foi quebrada, você mostrou que não é melhor que ninguém e eu quase cheguei a acreditar no contrário.

Abraços e boa sorte
Jonatas C. de Carvalho

terça-feira, março 22, 2011

Existências

As semanas prometem daqui pra frente. Hoje eu fui a minha primeira aula do mestrado, se por um lado a ficha ainda não caiu, pois entrar na UERJ me causa um estranhamento, sobretudo porque sempre olhei o espaço universitário como privilegiado, a área de stricto – senso então, superprivilegiada. Por outro lado, ao me deparar com o cronograma do curso, a bibliografia (em sua grande maioria em inglês e francês), fiquei significativamente assustado.

Assisti dois casos de desistência da disciplina “tendências historiográficas contemporâneas”, de minha parte estou muito feliz e não vou desistir, nem pestanejar, tenho um objetivo aqui e pretendo alcançá-lo. O máximo que pode acontecer é eu ter que passar algumas noites em claro. Se bem que nem é tanta coisa assim, para ser aprovado na disciplina em questão terei de fazer um relatório final do curso e de seus 12 encontros, apresentar um seminário e comentar outro, elaborar duas resenhas críticas, preparar um ensaio historiográfico com “vistas ao projeto de dissertação”. Moleza! Mas como sou bolsista, tenho outras preocupações, já que a Capes exige que eu apresente semestralmente um relatório( de 10 a 15 laudas) de minhas atividades acadêmicas, evidenciando minha pesquisa, com cronogramas objetivos e metas, além de publicar um artigo em algum periódico reconhecido e fazer uma comunicação em algum evento acadêmico.

Fora isso tem o LEDDES que é o laboratório de estudos sobre diferenças e desigualdades sociais, a Fazenda Campos Novos, o COMAD, sem contar a família. Parece divertido? Bem hoje, enquanto eu limpava a casa, preparava meu almoço e passava a roupa (já que minha empregada vai ficar 15 dias fora por conta de uma tendinite) refletia sobre meu conflito: morar em Itaipava, trabalhar em Cabo Frio e estudar no Rio; dar conta das muitas funções sociais, pai de família, trabalhador, estudante; elaborar projetos, escrever dissertação e fazer o churrasco da família nos finais de semana.

Acabei me lembrando de saudoso canabista Bob Marley que afirmou que a vida é para quem topa qualquer parada e não para quem para por qualquer topada.

Boa noite, boa sorte!!!

domingo, janeiro 16, 2011

O Último Verão Serrano.

Já não consigo gostar mais dos verões como antes. Em 2008 a minha rua foi devastada durante o carnaval, muita gente perdeu todos seus pertences, outros perderam a própria vida. Nos anos seguintes assistimos outras tragédias como foi o caso de Angra dos Reis. Estados como Santa Catarina, São Paulo, Minas e Espírito Santo todo ano têm inúmeras cidades com problemas relacionados com inundações, deslizamentos e enxurradas.
Durante anos o verão era aguardado com ansiedade, as férias escolares animavam os pais que podiam sair de férias com as crianças, na região serrana o verão trazia sol e calor, clima não muito comum durante o restante do ano. As cidades da região serrana como Petrópolis, Teresópolis e Friburgo recebiam seus moradores de veraneio, as noites ficavam animadas, o comércio faturava e todos ficavam felizes.
Mas tenho a impressão que não é mais assim, a aproximação do verão suscita certa apreensão, apesar das coisas parecerem como antes, ou seja, férias, casa na praia ou na serra, viagens para o exterior, o comércio bombando, mas ultimamente sempre somos surpreendidos por uma nova catástrofe a cada ano.
Para piorar, cada nova catástrofe parece ser pior que a anterior, na enchente que varreu minha rua no ano de 2008, eu ouvia dos moradores mais antigos que nunca o nível da água do rio havia atingido tal altura. Este ano, o nível do rio superou em 1,5 metros a altura atingida em 2008, algumas casas só se viam o telhado.
Este episódio me lembrou do livro “O último verão europeu” de David Fromkin. O historiador estadunidense antes de apresentar sua tese sobre os motivos que desencadearam a primeira guerra procurou demonstrar que o conflito iniciado em 1914, apesar das aparências, já era perceptível em 1912. Os eventos ocorridos na região serrana já haviam sido anunciados não apenas em estudos, mas pela previsibilidade que é ter crescimento urbano desordenado nas encostas e nas margens dos rios e não estou culpando a população que é destituída do direito de moradia descente.
O último verão serrano será inesquecível, infelizmente não pelo entusiasmo de subir a serra e desfrutar do ar da montanha, tomar banho de sol a beira da piscina ou nas cachoeiras fantásticas que esta serra possui. Não esqueceremos os que se foram, muito menos a dor daqueles que ficaram. Os rios de lama e as pedras que rolaram sobre bairros inteiros marcarão por anos estas populações.
Ao andar pelas ruas de Itaipava o que vemos é a desolação, no canto das calçadas estão amontoados junto à lama os pertences dessa população, móveis e eletrodomésticos adquiridos em prestações que ainda estão por pagar. O pior é que tais cenas, estas que assistimos perplexos em 2008, 2009 e 2010, agora em 2011 se repetem com mais intensidade. No Rio da copa e das olimpíadas há mais com que se preocupar que UPPs, o projeto urbanístico do Rio não deverá se ocupar apenas das aparências ou até 2014 poderemos ser surpreendidos muitas vezes.