Muito se fala sobre a
maternidade, essa experiência transcendental, que se inicia tão logo a mulher
se dá conta de que foi fecundada e, cujo instinto (maternal), cresce
assustadoramente ao mesmo ritmo da barriga ao chegar nos nove meses. Maternidade
é um conceito incrível, o termo ma-ternidade é a junção de mãe com ternura. A
mãe é então esse ser sublime, ma-e-terno, responsável mor pela continuidade da
espécie humana.
Mas e o pai? Existe pa-ternidade?
O que dizer sobre este ser que, no geral (pois há exceções), por mais esforçado,
jamais poderá ser comparado com uma mãe. Creio que não sabemos o que é ser pai
até que nossos filhos atinjam certa idade (no meu caso, acho que foi quando
fizeram uns dez anos...rs). Ao contrário da mãe, que já inicia a relação no
ventre, o homem só começa se relacionar com sua cria bem mais tarde. Nos
primeiros meses, totalmente dependente da mãe, um filho é um ser totalmente
estranho ao homem... o pai torna-se no máximo um auxiliar de maternidade. A
vida que a sociedade nos impõe, carrega-nos para fora de nosso lar, quanto mais
tempo fora (teoricamente), mais dinheiro dentro de casa. Nesta busca frenética
eu passei mais de dez anos assim... vendo meus filhos crescerem de
longe....contatos de final de semana.
Neste interregno minha filha
Júlia deixou de ser aquela criancinha rechonchuda e se tornou uma moça, uma
moça linda, graciosa e de ótimo caráter. Sua alegria, espontaneidade e ternura
me faz sentir um pai perfeito, infalível, mesmo tendo total consciência de que
não sou nada disso. É ela que me causa
esse sentimento de ser o melhor de todos os pais. Talvez eu tenha amadurecido,
talvez eu seja melhor com adolescentes do que com crianças. Acredito, porém, que
o mais certo é que a Juju é grande responsável por sermos tão próximos, pois é
ela que coloca minhas virtudes acima de meus defeitos por mais que estes sobressaiam.
Ser pai da Júlia tem sido uma experiência feliz, singular, uma trajetória cheia
de boas surpresas.
A Júlia tem algo que nem sempre é
comum nas pessoas, ela corresponde ao significado de seu nome, “cheia de júbilo”.
É assim que ela é, irradia alegria por onde passa, é autêntica, extrovertida e
sincera. Ela despertou em mim a pai-ternidade. Hoje me sinto um pai realizado,
tenho dois filhos maravilhosos, tenho certeza, todavia, que só se tornaram o
que são, pela maternidade que tiveram e não pela paternidade...considero-me um
mero coadjuvante nesta tarefa, mas um coadjuvante feliz, um expectador e
observador do desenvolvimento desses dois seres fantásticos que tenho orgulho
de chamar de filhos.
Juju, hoje faz 16 anos, o mundo
ainda será coberto por seu júbilo....e, será um mundo melhor por isso!
Te amo!!!
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