Sou filho de um cristianismo, escrevo assim porque entendo que não existe cristianismo no singular, mas cristianismos. Minha primeira decepção na igreja foi a exclusão de uma jovem de 16 anos, seu pecado foi ter engravidado. Éramos amigos, eu tinha a idade dela, chorei. Há décadas que eu deixei a fé cristã, só me desvinculei da igreja após anos estudando teologia. Entendi que a institucionalização do cristianismo é uma contradição ao próprio cristo.
Hoje quando vejo certos crentes conclamando seus irmãos e irmãs de fé a votarem em Bolsonaro, porque sua governança é alinhada com os valores cristãos, me pergunto que valores seriam esses? Jesus ao ser interpelado por um escriba, disse haver apenas dois mandamentos, o primeiro: Amar a Deus de todo o teu coração, de toda tua alma e de todo o teu entendimento", O segundo: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." O amor é, portanto, o único valor aqui que vale, todo o resto é fruto da institucionalização da fé. A igreja, ao defender seus próprios interesses, deixa de lado o Cristo.
Quaisquer valores que não estão baseados no amor, são apenas vaidade humana. Qual cristão irá me dizer que o "Messias" presidente segue o 2º mandamento? O seu "Messias" é um anticristo. Vou lembrar outra fala de Jesus: "mas é o que sai da boca que contamina o homem". Da boca do “Messias” presidente só se ouve palavras de ódio, de desprezo e de preconceito. Os valores cristãos que os “cidadãos de bem” tanto querem conservar, são incompatíveis com o próprio Cristo. Vai-se a loucura por questões como homoafetividade ou transexualidade, mas o aumento exponencial da fome e da miséria que aflige milhares de famílias brasileiras, não sensibiliza ao mesmo nível. Esse cristianismo que vemos crescer em apoio ao presidente, é excludente e não tem nenhuma relação com Jesus. A marcha para Jesus que percorreu as ruas tendo uma arma como monumento, é a própria representação do anticristo.
Sei muito bem que há muitos cristãos que não compactuam com o “Messias” de Malafaia de outros manipuladores da fé. Sei que há um cristianismo inclusivo, ecumênico e tolerante no Brasil. Elegemos um representante deste tipo de cristianismo no último domingo. Que o amor supere todo o ódio destilado pelo nosso falso “Messias”.
Jonatas Carvalho
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