Eu adoraria desejar um feliz 2017
para todos amigos aqui no Brasil e fora dele. Eu almejaria todo sucesso, toda felicidade
e paz, muita paz nos corações, mas temo não poder. Não por falta de vontade de
minha parte, como escrevi acima eu adoraria poder dizer que em 2017 tudo de bom
ocorra conosco, no entanto, só vou mesmo desejar que sejamos fortes.
O cenário nacional e internacional é um dos piores possíveis, crises que se instalaram e estão longe de se dissipar, infelizmente há poucas esperanças de paz. Na América do Norte, Donald Trump acena para Israel continuar a massacrar o povo palestino, aumentar os muros com o México e deportar imigrantes latinos. No Oriente Médio a Síria vive um drama entre os imperialismos e a islamização radical, tensões de uma segunda Guerra Fria, envolvendo Irã e Turquia. O projeto da União Europeia desmancha-se com o Brexit, a Itália caminha para o poço fundo que a Grécia entrou, a dívida pública da União Europeia é de 86% do PIB (mais alta que o Brasil que está na casa do 70-74%). A China sofre sua mais forte desaceleração e o Japão prevê uma nova crise a caminho nos moldes do que foi em 2008 com a Lehman Brothers.
Por aqui, este ano especificamente, não poderia ser pior (ou poderia?), um ano que incluirá mais um triste capítulo na nossa história. Diante da recessão mundial, articulou-se a tomada do governo eleito para a implementação de uma política de redução do Estado Brasileiro. Redução, diga-se bem, apenas para as parcelas trabalhadoras, o Estado continuará a ser grande para as corporações. O sistema privado de saúde e educação agradecerão a PEC 55, os bancos não apenas terão garantidos os pagamentos de juros do governo, mas elevarão seus lucros com previdência privada, planos de saúde e outros. As “flexibilizações” das relações de trabalho colocarão uma massa de trabalhadores em condições de subsistência, possibilitando assim, o aumento da lucratividade das grandes empresas. Nossas reservas de petróleo são vendidas a preço de água para os oligopólios internacionais. Enquanto isso, os três poderes e os militares (nãos as PMs), seguirão com seus orçamentos estáveis nos próximos vinte anos.
O ano de 2017 exigirá de nós a capacidade de resistir e lutar, as articulações sociais precisam ultrapassar "panelaços" e os desfiles de verde e amarelo, liderados por organizações liberais "apartidárias", com cobertura da grande imprensa, reprise no Fantástico. Em 2017 serão necessárias manifestações de todas as ordens, mas mais que isso, será fundamental uma grande campanha de conscientização para que em 2018 possamos fazer uma substituição maciça dos nossos parlamentares, tanto na âmbito federal, como no estadual e municipal.
#resistirelutarem2017
Jonatas Carvalho
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