Há alguns dias, um membro da
dinastia Valadão, uma das estrelas gospel do país, André Valadão deu uma bronca
pública aos membros de sua igreja. O motivo? Vários fiéis deixaram o templo no
momento em que o Procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, subiu ao púlpito para
pregar. O jovem pastor, que gravou uma música em apoio a campanha de Aécio
Neves, se disse decepcionado, classificou a atitude dos fiéis como falta de
educação e enalteceu as ações do procurador federal. O que André não contava é que
suas ovelhas não são tão ingênuas e submissas como imaginava. O filho do
império Diante do Trono, não sabia que muitos crentes evangélicos são críticos
à postura cruzadista de Dallagnol. Repreender fiéis por se recusarem a ouvir
a pregação seja lá de quem for, não pode ser vista de outra forma se não como um ato contra a liberdade de culto e a
consciência individual. A imposição de uma moral me parece contrastante a própria moral cristã.
Lamentavelmente o caso não é exceção, os pastores-deputados que apoiaram o impeachment, muitos, embora atolados na lama da corrupção, utilizaram do púlpito para demonizar
Dilma, Lula e o PT. O deputado Ricardo Izar Jr, membro da
bancada evangélica e presidente da Comissão de Ética no congresso que teve as contas da campanha de 2014 reprovadas pelo TRE-SP), pediu 120 dias de suspensão do mandato de Jean
Wyllys. O processo contra Wyllys é de autoria do Pastor
Ezequiel Teixeira e Alexandre Frota. Ezequiel Teixeira, defensor da “cura gay”,
foi acusado de adquirir um imóvel para sua igreja por
meio de empréstimo bancário em nome de alguns membros, que acabaram tendo suas
casas penhoradas por falta de pagamento.
Se pegarmos a lista dos deputados
evangélicos que votaram em favor do impeachment de Dilma, com discursos inflados
em nome da moralidade cristã, não teremos dificuldades de encontrar figuras
como o missionário José Olímpio, da Igreja Mundial (do “Apóstolo” Valdemiro, aquele
cuja facada lhe redeu alguns milhares), que é um dos 31 nomes do PP citados em
esquemas de desvio de dinheiro público na Petrobrás. Um dos projetos de lei de
Olímpio denominado “lei contra a nova ordem mundial”, previa impedir o uso de
microchips no corpo humano por considerar estes a “marca da besta”. Outro pastor-deputado, arauto da moral e bons
costumes é o Pr. Marco Feliciano, acusado de usar dinheiro público para pagar
os salários dos pastores de sua própria igreja, acho que não preciso me alongar
sobre ele.
A bancada evangélica (também
conhecida como bancada da bíblia) no Congresso Nacional até recentemente
liderada por Eduardo Cunha e com apoio de Silas Malafaia, conta com 73
parlamentares. A atuação da referida bancada tem sido até aqui defender os
interesses de instituições (igrejas), como a Assembleia de Deus e Universal,
interesses estes que destoam amplamente daqueles pronunciados nos evangelhos da
bíblia cristã. Não se trata aqui de generalizar, há bons cristão, assim como há
bons mulçumanos, budistas, ateus e assim como há bons políticos. No entanto, é
necessário fazer um crítica do papel da bancada evangélica no congresso,
parlamentares que em nome de Deus apoiaram um golpe e que hoje se calam diante dos
descalabros de um governo que é capaz de qualquer coisa para salvar-se das
condenações da corrupção onde estão atolados até o pescoço.
Abaixo o link do interessante texto escrito por um pastor batista;
Rede de escândalos: políticos evangélicos e corrupção
Abaixo o link do interessante texto escrito por um pastor batista;
Rede de escândalos: políticos evangélicos e corrupção
Jonatas Carvalho.
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